Mais um domingo em que a violência falou mais alto que o futebol
Mais uma semana vamos ligar nossas TV's e assistir programas esportivos deixando o futebol de lado para falar sobre a violência entre torcidas. Mais uma vez a violência se torna o tema principal nas rodas de conversas ou nas mesas de bares.
Quem acompanha o Coringão da Depressão, ou, me segue no perfil pessoal no facebook, sabe que sou defensor das torcidas organizadas, mas diante de tudo que aconteceu neste domingo, parei para refletir sobre algumas questões que envolvem este assunto.
Quando o Ministério Público notificou que os clássicos aqui em São Paulo seriam disputados com torcida única, fui um critico assíduo da nova determinação. Pra mim não faz sentido ou pelo menos não fazia até hoje a tarde, quando marginais agrediram um torcedor em frente a um estádio de futebol. Ah...mas o torcedor que apanhou também era vagabundo e blablabla... Cara, esquece isso. Estamos (vocês estão) buscando justificativa para um ato covarde, que quase tirou a vida de uma pessoa. Não interessa o motivo da briga, não interessa se houve provocação por parte dos corinthianos, o que importa é que aconteceu o conflito. 'Torcedores' agrediram covardemente uma pessoa. Eu sei, isso acontece com alguma frequência, infelizmente, mas, precisamos encontrar o ponto de 'escrotidão' nisso tudo. Esquece o motivo da briga e foca na briga, de fato. Não sei se um estudo psicológico pode explicar o que leva um ser-humano agredir outro pelo fato de não vestir a mesma camisa, ter a mesma ideologia, talvez um estudo possa explicar mesmo.
Enfim, essas cenas de selvageria registradas hoje dá total razão as pessoas que defendem o clássico com torcida única, por exemplo. Dá razão as pessoas que defendem a banalização dos sinalizadores nos estádios, leva por terra toda a luta de pessoas que pagam seus ingressos para torcer pelo seu time e fazer sua festa.
A paz nos estádios não partirá do Ministério Público, não partirá da Polícia nem dos clubes. A paz nas arquibancadas partirá das próprias torcidas organizadas. Precisa existir um consenso entre as diretorias das torcidas, precisa haver uma disposição dos próprios sócios em identificar e afastar os bichos que vestem a camisa de uma torcida para agredir uma pessoa.
Mais um domingo em que a violência falou mais alto que o futebol
Reviewed by Coringão da Depressão
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junho 18, 2017
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